Flávio fala em “tese lunática” e elogia desempenho de Bolsonaro no STF
“Se for um julgamento justo e imparcial, Bolsonaro terminou o dia absolvido”, disse senador à CNN
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) voltou a criticar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). À CNN, ele chamou a acusação de que houve uma tentativa de golpe de Estado de “tese lunática”.
Para o filho do ex-presidente, a denúncia contra Bolsonaro é um “delírio completo” e, após o interrogatório desta terça-feira (10), o caminho natural seria o arquivamento do processo.
“A tese lunática da PGR é a de que o golpe começou em 2021, em uma live do então presidente. E terminou com os atos do 8/1. A acusação foi desmontada por completo [durante o interrogatório de Bolsonaro]”, observou.
“Se for um julgamento justo e imparcial, Bolsonaro terminou o dia de ontem absolvido”, complementou. “Após as oitivas, se eu fosse o Paulo Gonet, arquivava tudo de uma vez hoje e pedia desculpas ao Bolsonaro.”
Para Flávio, o pai teve a coragem de dizer que criticar o sistema eleitoral é normal em uma democracia. E que Bolsonaro baseou seu argumento “nas análises técnicas de peritos criminais”.
“O que é bem diferente de tentar desacreditar a Justiça Eleitoral para criar um ambiente de golpe”, afirmou.
O senador ainda ressaltou que, na avaliação dele, nenhum réu confirmou que teve o à chamada minuta do golpe. Mas que, na verdade, foram discutidas hipóteses dentro da Constituição Federal, que não foram adiante.
“O tal rascunho de minuta de golpe parece aquela música do Zeca Pagodinho sobre o caviar: ‘Nunca vi, nem comi, eu só ouço falar’”, acrescentou.
Flávio lembrou que a transição para o governo petista transcorreu dentro da “total normalidade”. Para o senador, Bolsonaro não pode ser acusado de ter premeditado os atos de 8 de janeiro de 2023 quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já estava no comando do Palácio do Planalto.
Depoimento de Bolsonaro
Em duas horas e meia de interrogatório, Bolsonaro itiu ter discutido “possibilidades” para contestar as eleições de 2022, mas, segundo ele, tudo dentro da Constituição Federal, descartando um plano de golpe.
Bolsonaro confirmou ainda que, em 7 de dezembro de 2022, foram projetados “de forma rápida” os considerandos de uma minuta de decreto em reunião com comandantes das Forças Armadas, no Palácio do Alvorada. Mas, de acordo com ele, a discussão sobre o tema já “começou sem força, de modo que nada foi para frente”.
O ex-presidente pediu desculpas a Moraes por acusar ele e outros ministros da Suprema Corte de receber milhões de reais para acobertar fraudes nas eleições. Bolsonaro itiu não ter nenhum fundamento para as declarações.